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O M de Eny
 

Dona Eny talvez tenha sido muito mais dona do que Eny. Dona do maior bordel do Brasil. Mas que nasceu Emy. Emy Cezarino.
 

Filha do italiano José e da francesa Angelina, Emy nasceu em São Paulo, em 1917, na Vila Mariana. Seu pai trabalhava no matadouro municipal e sua mãe tinha uma pensão. Em sua adolescência, ajudava os pais vendendo marmitas pelo bairro, junto de suas quatro irmãs. Desde cedo, acabou com as expectativas do pai, que sonhava em casar a filha com um coronel do exército: Emy, cheia das amizades e das noitadas que duravam até o amanhecer, relacionava-se com homens e meninos e dizia com convicção que logo mais fugiria de casa.
 

Aos 16 anos, perdeu a virgindade em uma situação um tanto quanto inusitada. Um raio caiu no bondinho elétrico em que Emy estava e a energia acabou. Junto, só mais um passageiro, que a acompanhou até em casa a pé embaixo de uma forte tempestade. No meio do caminho, tudo aconteceu sem que ninguém perguntasse nada ao outro, nem mesmo o nome.
 

Aos 24, cumpriu o juramento e fugiu de casa. Todo mês, mandava um envelope com dinheiro para a casa da família. Começou a trabalhar como prostituta em São Paulo, no Rio, em Porto Alegre. No meio da década de 40, foi parar em Bauru, cidade que foi palco da grande transformação da prostituta Emy na cafetina mais conhecida do país, Eny. Primeiramente, trabalhou como simples “funcionária” no bordel de Dona Nair, na rua Rio Branco. Mas, poucos meses depois, Nair se casou e deixou o local para Eny, que finalmente, em 1947, aos 30 anos, tornou-se cafetina e dona da famosa Casa da Eny.
 

E foi assim que, de menina marmita a madame meretriz, Emy se tornou Eny. 

 

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